A Marcha
Dizem que nesses momentos a vida inteira passa pela nossa mente e foi justamente o que eu senti naquele momento.
Revi tudo o que eu tinha feito pela minha filha durante toda a sua vida, lembrei do dia em que ela nasceu e da minha sensação de felicidade plena, lembrei da primeira vez que ela disse "papai", da infância, da adolescência um pouco perturbada por seus hormônios em fúria e de quantas vezes ela disse que me amava.
Em todos aqueles momentos eu não poderia imaginar que perderia a minha filha tão cedo e tão rápido.
Enquanto essas coisas passavam em minha cabeça dei uma olhada em volta e percebi que todos estavam ali, seus amigos, parentes e outras pessoas mais próximas. Quase todos choravam ou estavam com os olhos marejados de lágrimas.
Passei muito tempo ali sentado olhando para ela, ela estava com o rosto tão sereno, vestia um vestido branco lindo e as flores davam ao lugar um ar tranquilo, o perfume das rosas me acalmava.
Pensei em como seria a minha vida assim que eu saísse dali, não seria fácil me acostumar a levar uma vida em que minha filha não estaria presente a cada instante e vai doer todos os dias que eu acordar e constatar que ela não está em seu quarto ou quando eu for dormir e não ter em quem dar uma "olhadinha" antes de ir me deitar.
Minha esposa e minhas filhas choravam muito e meu terno preto começava a incomodar, eu só queria ir para casa dormir e sonhar que aquele dia nunca existiu.
No dia que ela nasceu toda a minha vida foi voltada para cuidar daquele ser que depedia tanto de mim e que eu me tornei totalmente dependente. Tentaram me confortar de todas a maneiras para que eu não sentisse tanto essa perda e cheguei a achar que eles tinham conseguido, mas essa agonia toda recomeçou assim que ouvi a primeira nota da marcha nupcial e se acentuou mais ainda no momento em que o padre dizia as últimas palavras e ela disse "sim".
Daniella Souza
Revi tudo o que eu tinha feito pela minha filha durante toda a sua vida, lembrei do dia em que ela nasceu e da minha sensação de felicidade plena, lembrei da primeira vez que ela disse "papai", da infância, da adolescência um pouco perturbada por seus hormônios em fúria e de quantas vezes ela disse que me amava.
Em todos aqueles momentos eu não poderia imaginar que perderia a minha filha tão cedo e tão rápido.
Enquanto essas coisas passavam em minha cabeça dei uma olhada em volta e percebi que todos estavam ali, seus amigos, parentes e outras pessoas mais próximas. Quase todos choravam ou estavam com os olhos marejados de lágrimas.
Passei muito tempo ali sentado olhando para ela, ela estava com o rosto tão sereno, vestia um vestido branco lindo e as flores davam ao lugar um ar tranquilo, o perfume das rosas me acalmava.
Pensei em como seria a minha vida assim que eu saísse dali, não seria fácil me acostumar a levar uma vida em que minha filha não estaria presente a cada instante e vai doer todos os dias que eu acordar e constatar que ela não está em seu quarto ou quando eu for dormir e não ter em quem dar uma "olhadinha" antes de ir me deitar.
Minha esposa e minhas filhas choravam muito e meu terno preto começava a incomodar, eu só queria ir para casa dormir e sonhar que aquele dia nunca existiu.
No dia que ela nasceu toda a minha vida foi voltada para cuidar daquele ser que depedia tanto de mim e que eu me tornei totalmente dependente. Tentaram me confortar de todas a maneiras para que eu não sentisse tanto essa perda e cheguei a achar que eles tinham conseguido, mas essa agonia toda recomeçou assim que ouvi a primeira nota da marcha nupcial e se acentuou mais ainda no momento em que o padre dizia as últimas palavras e ela disse "sim".
Daniella Souza
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